A recente tragédia ocorrida em um apartamento na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde mãe e filha perderam a vida por intoxicação por Monóxido de Carbono (CO), trouxe novamente à tona um alerta crucial para todos os síndicos, administradores e moradores: instalações de gás sem manutenção representam risco real e imediato à vida.
Segundo o laudo pericial, o sistema de gás apresentava falhas graves, incluindo vazamentos dentro do banheiro, o que resultou no acúmulo do gás tóxico no ambiente. O CO é um gás silencioso, sem cheiro e altamente letal, o que reforça a necessidade de rigor máximo em prevenção.
Por que esse caso preocupa diretamente a administração condominial
A manutenção das instalações prediais não é apenas uma obrigação técnica — é uma medida de proteção coletiva. Em condomínios, qualquer falha estrutural pode afetar não apenas o interior de uma unidade, mas todo o edifício.
Para síndicos e administradores, a tragédia reforça três pilares fundamentais:
- Manutenção preventiva contínua
- Conformidade com normas técnicas e legislações vigentes
- Comunicação ativa com os moradores sobre riscos e responsabilidades
A gestão condominial moderna precisa priorizar a segurança como um valor central.
Obrigatoriedade das vistorias de gás
No estado do Rio de Janeiro, a Lei 6.890/2014 determina que todas as instalações de gás — internas e externas — passem por inspeção técnica a cada cinco anos. A AGENERSA complementa a legislação com instruções normativas que estabelecem prazos, critérios e responsabilidades.
A inspeção deve ser realizada por empresa credenciada e abrange:
- Teste de estanqueidade nas tubulações
- Verificação de ventilação, exaustão e dutos
- Avaliação de aparelhos a gás (fogões, aquecedores, aquecedores de passagem)
- Análise das condições gerais de segurança
Caso seja encontrada qualquer irregularidade, a correção é obrigatória e imediata.
Como o condomínio deve agir na prática
Para evitar episódios semelhantes e garantir a conformidade legal, recomenda-se que o síndico ou administrador:
1. Crie um cronograma interno de inspeções
Mesmo que a vistoria seja responsabilidade do morador dentro de sua unidade, o condomínio deve acompanhar prazos e comprovações.
2. Envie comunicados preventivos
Alertar os moradores sobre riscos, leis vigentes e prazos é fundamental.
3. Atualize ou revise as instalações das áreas comuns
Dutos, ventilação, shafts e casas de máquinas também devem estar em perfeito funcionamento.
4. Registre e arquive todos os documentos
Laudos, ARTs, ordens de serviço e comunicações internas devem ser mantidos organizados para garantir segurança técnica e jurídica.
5. Contrate apenas empresas credenciadas
A vistoria precisa ser executada por profissionais habilitados, seguindo todas as normas brasileiras.
prevenção salva vidas
A tragédia no Rio de Janeiro poderia ter sido evitada com manutenção adequada. Em condomínios, onde a convivência é coletiva e os riscos podem impactar diversas famílias, a prevenção precisa ser tratada como prioridade absoluta.
Mais do que cumprir a legislação, investir em inspeções periódicas demonstra cuidado com a segurança, bem-estar e patrimônio de todos os moradores.
Se o seu condomínio ainda não realizou a inspeção obrigatória, providencie o quanto antes.
Fonte da notícia:
Sindiconet – “Intoxicação por gás: mãe e filha morrem dentro de apartamento no RJ”.
