A inadimplência das taxas condominiais atingiu 7,19% em junho de 2025, o maior índice dos últimos 13 meses, de acordo com o Índice de Inadimplência Condominial (IIC) da Superlógica. Este número é alarmante e acende o alerta para síndicos e administradoras: é hora de agir de forma estratégica e preventiva.
Segundo o diretor de crédito da Superlógica, João Paulo Martins Terra Baroni, a taxa condominial não está entre as prioridades da população endividada, que tende a quitar primeiro contas com juros mais altos, como cartão de crédito, cheque especial e empréstimos.
Diante desse cenário, como o síndico pode atuar para conter a inadimplência sem gerar atritos com os condôminos?
1. Acordos Extrajudiciais: o primeiro passo
Antes de qualquer medida mais severa, é essencial que o síndico busque o diálogo com o morador inadimplente. O objetivo deve ser entender as razões que levaram à inadimplência e, dentro das possibilidades do condomínio, propor acordos que facilitem a quitação da dívida.
Renegociações com parcelamentos, descontos sobre juros e multas, ou até mesmo prazos estendidos, podem ser alternativas eficazes para evitar o agravamento do problema.
2. Cobrança extrajudicial eficiente: parceria com a administradora
Contar com uma administradora parceira é fundamental. Ela deve atuar de forma ostensiva na cobrança extrajudicial, com envios sistemáticos de notificações, e-mails, mensagens e ligações. Um sistema de cobrança bem estruturado ajuda a recuperar créditos antes que a situação se torne crítica.
Além disso, a administradora pode oferecer relatórios de inadimplência em tempo real, permitindo ao síndico tomar decisões com base em dados atualizados.
3. Ação judicial rápida e estratégica
Quando a negociação não avança, é hora de seguir para a cobrança judicial. O ideal é que isso ocorra o quanto antes, respeitando os prazos definidos na convenção condominial e levando em conta o valor mínimo para acionamento judicial — geralmente compensando a relação custo-benefício da ação.
A cobrança judicial, embora mais lenta, é um instrumento legal eficiente que pode resultar em bloqueio de contas bancárias, penhora de bens e até mesmo leilão da unidade inadimplente.
4. Venda da inadimplência: alternativa moderna e eficaz
Caso o condomínio enfrente um cenário de inadimplência persistente e volumosa, uma alternativa interessante é a venda da dívida para garantidoras de cotas condominiais. Esta solução transfere o risco da inadimplência para uma empresa especializada, que passa a ser responsável pela cobrança.
A Imobiliária Sinai, por exemplo, trabalha com parceiros que oferecem essa solução, permitindo que os condomínios escolham entre lidar com a alta inadimplência ou dividir o deságio da garantidora com os moradores. Em muitos casos, esse segundo caminho pode ser mais simples e menos danoso para o caixa do condomínio.
Conclusão
A inadimplência condominial é um desafio crescente, e o síndico precisa estar preparado para enfrentá-la com equilíbrio, estratégia e sensibilidade. A combinação de diálogo, cobranças eficientes, ação judicial e parcerias com garantidoras pode ser a chave para preservar a saúde financeira do condomínio e manter a convivência harmônica entre os condôminos.
A prevenção começa na gestão ativa. Agir cedo pode evitar problemas maiores no futuro.